Guia de turismo para Veneza, Itália
|
Veneza raramente desilude. De todas as cidades, é provavelmente aquela que é mais pintada para os visitantes antes de sequer lá chegar – em livros, em telas, em fotografias e em filmes. E Veneza é mesmo tão maravilhosa como a pintam – cada pedaço belo, romântico, dourado, decrépito e deslumbrante dela. Aqueles cintilantes e translúcidos azuis, amarelos e rosas que vê nos quadros? São reais. Magníficos palazzos, como damas antigas decadentes; abóbadas brilhantes que trazem como contrabandistas um ar do oriente; gondolieri de camisolas às riscas agilmente manobram as suas elegantes gôndolas negras pelos estreitos canais; figuras mascaradas de capas esvoaçantes festejando o Carnaval – é tudo real.
Não há trânsito. O dia-a-dia é feito de barco. A fruta, os móveis e até o lixo são transportados por água. Passos e vozes enchem as ruas e às vezes apenas o silêncio, ou o bater duma proa dum barco de madeira na água, uma orquestra ao ar livre ou um gondolieri a cantar. Longe dos canais, as ruas estreitam-se e formam becos que nem a largura duma porta têm e depois, de repente, se abrem em luminosas praças onde brincam crianças, pessoas tomam café nas esplanadas, donas de casa param para conversar enquanto arrastam os sacos de compras com rodas. O escritor Henry James reparou que não existe ar-livre em Veneza, pois toda a cidade é como um gigantesco salon. É claro, hoje em dia oitenta por cento das pessoas que encontrará no salon são turistas. Mas isso não quer dizer que todos à sua volta estejam de férias – nem que todos estejam apaixonados.
Veneza foi outrora uma cidade muito rica. As suas igrejas e museus estão repletos de algumas das obras de arte mais magníficas de todo o mundo. Mas as mais valiosas recompensas de Veneza são dadas a aqueles que simplesmente se deixam perder nela. Este Web-guide irá ajudá-lo a fazer isso mesmo… e a aproveitar o melhor que esta cidade tem pelo caminho.
|